Mar adentro, este navio sem comandante,
Deste navio,
Ausente,
Mar adentro,
E peito para fora,
Gritavam,
Elas, sorriam…
E de mar adentro,
Até ao mar que regressou
da outra margem,
Uma ponte,
Sem viagem.
Mar adentro, este navio
sem motor,
À deriva num Oceano de
insónia…
E da outra margem,
Ouviam-se os apitos dos
homens envenenados pelo tédio,
E pela…
Ausência,
Se estar só,
E viver.
Mar adentro, deste navio
sem rumo,
Neste navio de espuma,
Transformado em dias,
Entre noites dormidas,
Outras tantas perdidas,
E outras…
A voar.
Mar adentro, e tragam a
tempestade,
E mandem vir, da outra
margem,
A banda filarmónica.
Mar adentro para este
corpo de insucesso,
Neste corpo nauseabundo…
De tanta palavra
apodrecida,
Putrefacta,
E mar adentro, navio sem
marinheiros,
Navio despido,
Que de esquina em
esquina…
Procura sexo e poesia,
Mar adentro, enquanto
respiro,
Enquanto afasto todas
estas palavras apodrecidas…
Mar adento, de mim,
Sempre que me deitava num
sítio…
Acordava num outro sitio,
Que não pertencia aos
dois sítios anteriores.
E, no entanto,
Era tão feliz…
De mar adentro,
Fui andando,
Fui caminhando…
Enquanto o mar,
De dentro,
Depois lá fora, muito
mais longe…
O triste mar adentro,
Traz o navio,
Dá-lhe um beijo de
despedia…
E deseja-lhe feliz noite;
Meu querido.
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