quinta-feira, 18 de abril de 2024

O que faço aqui

O que faço eu aqui, dentro deste círculo em contramão

Que sobe as escadas para a nuvem mais cinzenta

O que faço eu aqui, aqui suspenso entre um rio e um coração

Sabendo que este rio não me alimenta

 

E o coração não me pertence

 

E é apenas o sono disfarçado

O que faço eu aqui, dentro deste círculo em contramão

Tirando o arame farpado

Da minha mão

 

O que faço eu aqui, dentro deste círculo de luz com olhos verdes amanhecer

O que eu faço, aqui

Acreditando que senti

O teu corpo a tocar-me na arte do meu escrever

 

E o coração não me pertence

 

(Francisco – 18/04/2024)

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