Se o toiro morre, há barcos no Tejo
Há mãos no cais da ribeira que procuram
Cais do Sodré
Há barcos no Tejo, enjoados, diga-se
Com cara de poema, depois de o poeta
deitar a pequena folha de papel na fogueira
Se o toiro morre, é uma tragédia
Uma algazarra de alvoradas
Numa outra mão cheia de estrelas
Se o toiro morre, há um barco de esperma
em direcção ao montado
Se o toiro morre, coitada da esposa do
toiro…
Coitada da vaca
Que será eternamente
Vaca
Coitado do toiro, se o toiro morre, há
barcos no Tejo
Há amêijoas num pequeno pires, sobre a
mesa, no centro da esplanada
Há cerveja
Há toiros & caracóis
Há marias e maneis
Fios anéis
Rios…
O Tejo com barcos
(Francisco)
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