quarta-feira, 17 de abril de 2024

Há barcos no Tejo

Se o toiro morre, há barcos no Tejo

Há mãos no cais da ribeira que procuram Cais do Sodré

Há barcos no Tejo, enjoados, diga-se

Com cara de poema, depois de o poeta deitar a pequena folha de papel na fogueira

Se o toiro morre, é uma tragédia

Uma algazarra de alvoradas

Numa outra mão cheia de estrelas

 

Se o toiro morre, há um barco de esperma em direcção ao montado

Se o toiro morre, coitada da esposa do toiro…

Coitada da vaca

Que será eternamente

Vaca

 

Coitado do toiro, se o toiro morre, há barcos no Tejo

Há amêijoas num pequeno pires, sobre a mesa, no centro da esplanada

Há cerveja

Há toiros & caracóis

Há marias e maneis

Fios anéis

Rios…

O Tejo com barcos

 

(Francisco)

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