É este, o amor, sentido proibido da noite,
há um semáforo, está
encarnado, e o amarelo é uma vertigem, uma imagem interrompida pelas ondas do
mar.
É este, o amor, suicídio
complexo, quando o poeta corta o pulso, e em vez de sangue, há um jorro de
sílabas, estão tontas,
e apaixonadas.
Há uma vírgula que beija
loucamente um ponto de interrogação, e este, com ar de gozo,
tu me amas?
Que dirá a vírgula,
quando a única e despedida palavra
É SIM.
É este o amor, de te amar
e de me querer esconder
sobre a árvore junto ao
rio,
é este o sono, é este o
amor, miserável viver, escrever
escrever sobre o mar.
É este o amor, este
sentido proibido da noite,
milhões de vidas, para
quase meia dúzia de corpos,
e duas ou três bocas.
É este, é este o amor,
milagre invisível das flores solteiras, há uma lágrima dentro deste amor, há
uma espada que se crava a cada rotação da terra, é funda, tão funda a margem deste
rio.
(Francisco, 12/04/2024)
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