Sufoca-me o espaço vazio da tua voz, sufoca-me a caravela invisível que se passeia dentro desta casa, dentro desta caverna,
em silêncio,
porquê?
Sufoca-me a gravidez
deste verso, às vezes suspenso numa parede qualquer junto à taberna, lá fora,
isto, que é quase nada,
venha o vinho,
vende-se a alma, quando
há um petroleiro sobre a mesa do jantar,
o som, envia a bexiga
para as masmorras, as mãos esvaziam-se, fundem-se numa triste tarde.
Ofendo-me; com os meus
calções de infância.
Sufocam-me as estrelas, a
miséria envenenada por um qualquer livro, um livro de mim, sem titulo, sem
nada,
sufoca-me a TV e tudo
aquilo que me vê.
raios partam as algemas
da noite, que apenas apanham cerejas junto aos teus lábios.
Nada mais.
Sufocam-me todas as
palavras que querem fazer amor comigo, detesto as palavras,
sufoca-me a vida,
sufoca-me a alegria, o meu corpo,
dentro de uma
teia-de-aranha,
tristemente só,
só.
Sufoca-me.
(orgasmo literário)
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