A porta desenhada
deste quarto sem janela
porto de abrigo
teus braços inventados
pelo silêncio,
nas pedras deste oceano
olho os barcos que o
vento deseja
e quando abro a janela
oiço a tua voz dissipada
no sono das amoreiras,
a febre silenciada pela
incerteza
quando as palavras
(as ditas e as escritas)
correm para ver o rio
passar…
e o tempo deste veleiro
escoa-se na sombra do
mar,
a tarde cai
e o rio e o mar
abraçam-se ao sono,
e quando a noite poisa
sobre eles…
acorda o beijo que apenas
o luar consegue desenhar,
nos teus lábios,
o sonho
e a paixão metalizada
do outro lado da rua;
a rua fértil de um
sorriso.
(orgasmo literário)
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