sexta-feira, março 29, 2024

Ressurreição

É quase ressurreição no meu poema.

À terceira noite acordou da esperança de viver

Quando sabia que a manhã nunca acordaria

Uma vez que o silêncio do espinho

Se machuca na despedida.

 

Nunca acordaria do sono

Nem da ausência de caminhar sobre as pedras

Nunca se deixou acomodar pela primeira lágrima da manhã

E, no entanto, desesperou-se de tanto esperar.

 

O medo desintegra-se na distância da madrugada, porque se mantêm entre o orvalho e a geada

Sabendo que do dia aspersava a lágrima deste momento sem sentido

Porque te amo loucamente

E não te devia amar

Muito menos

Loucamente.

 

Muito menos ser poeta.

 

(Francisco)

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