São estas lâminas de fogo que trago cravadas no peito
que me preocupam.
A noite é uma lareira de
tristeza que procura nas palavras as flores do canteiro junto à fonte. É quase
dia, meu amor.
É quase dia-noite e esta
casa só tem uma janela e uma porta,
há só um livro que me
pertence, que leio e releio e releio…
Que até ao meio-dia me
liberta.
É quase tristeza, é quase
humilhação é quase vergonha,
são estas lâminas de
fogo, são estes arbustos de luz, são estas lâmpadas de néon, que afugentam a
simplicidade de existir.
É quase nada este tudo de
pedras, este nada de ausências, este quase-tudo neste mar sincero e infeliz e
triste…
É quase barco, rio-quase,
é nada bem, é tudo ao quase-mar,
é a ponte metálica que
não percebe que o céu é um pedaço de cinzento-mar,
e é quase
quase suicidar.
É quase-morte, meu amor!
(Francisco)
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