Quão tristes, meu amor, são os meus versos.
Quão triste é o meu viver, fingindo que
vivo, fingindo que sou, fingindo…
Ser.
Quão triste, meu amor, é a vírgula, é o
ponto de interrogação, é o ponto final, do poema, do texto; da vida!
Quão tristes, meu amor, está este rio e
esta montanha e este pássaro e esta ponte e aquele barco,
Quão tristes, estão, meu amor.
Quão triste, meu amor, respirar o
oxigénio martelado, adulterado e às vezes, emprestado, quão triste, meu amor, quão
triste respirar este oxigénio que não me pertence.
Quão triste, ser como sou, quando
percebo que não sou, apenas finjo ser, sabendo que nunca o serei!
Quão triste, meu amor, este viver!
(Francisco)
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