segunda-feira, 18 de março de 2024

Quão triste, meu amor!

 Quão tristes, meu amor, são os meus versos.

Quão triste é o meu viver, fingindo que vivo, fingindo que sou, fingindo…

Ser.

Quão triste, meu amor, é a vírgula, é o ponto de interrogação, é o ponto final, do poema, do texto; da vida!

 

Quão tristes, meu amor, está este rio e esta montanha e este pássaro e esta ponte e aquele barco,

Quão tristes, estão, meu amor.

Quão triste, meu amor, respirar o oxigénio martelado, adulterado e às vezes, emprestado, quão triste, meu amor, quão triste respirar este oxigénio que não me pertence.

 

Quão triste, ser como sou, quando percebo que não sou, apenas finjo ser, sabendo que nunca o serei!

 

Quão triste, meu amor, este viver!

 

 

(Francisco)

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