embriagas-me os olhos em silêncios neblina
como esperanças vãs
e manhãs adormecidas
que dentro ti
voam como serpentes em desejo
no veneno tua doce mão
que dentro de ti
entre o beijo e a saudável poesia
embriagas-me
os meus olhos sintéticos pintados com
acrílicas insónias
e dizes que as minhas pálpebras são os
pedaços da noite
mergulhadas em mesas de café...
embriagas-me como paixões de areia
no coração dos barcos apaixonados
indefinidos sem saberem o sexo das marés
travestidas de baloiço
onde me embriagas
e me comes
e sinto o meu esqueleto vaguear sobre as
tuas coxas de cereja
como um transeunte ausentado das
madrugadas em papel
branco vazio sem palavras ou... recheado
de cadáveres empobrecidos...
(Francisco)
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