Só os teus olhos semeiam a paz nesta despedida,
que aos poucos,
lentamente, vou construindo no amanhecer.
Este labirinto a cada
minuto de solidão, a cada pedaço de espuma do luar, a cada teu olhar,
desaparece como se fosse uma nuvem de silêncio, de encontro aos rochedos.
Começa hoje a Primavera
do teu cabelo.
Sento-me nesta ausência
percebendo que pertenço a esse mar imenso das paisagens do silêncio, oiço os
teus gemidos de luz, percebo que sou apenas um pedacinho de nada em direcção ao
abismo,
o frio e o escuro
silêncio da madrugada,
oiço as fotografias
enraivecidas que desde a noite passada resolveram, todas elas, invadirem os
meus pensamentos, e percebo que cada personagem que habita nelas, são apenas
sombras da minha infância,
rasuro-me no espelho do
quarto.
Invento o sono das
persianas da janela e resolvo voar em direcção ao luar, como as abelhas em
flor, como todos os pedacinhos de mel que sobejam no silenciado corpo nocturno
do silêncio…
E quando me pergunto o
que faz um pedacinho de mel poisado num dos meus poemas…
Ele, ela, respondem-me
nada.
Peso.
Silêncio.
Paixão.
(Francisco)
Sem comentários:
Enviar um comentário