terça-feira, 5 de março de 2024

Despedida

 


Despede-se a árvore do vento

e leva com ela

a tristeza

que durante a noite aparece à janela.

 

Despede-se a chuva do corpo que está ausente

quando o vento reencontra a saudade

quando os dias são tão tristes,

e a espuma da floresta

mergulha nas páginas de um livro doente…

 

Despeço-me de ti

aos poucos como se eu fosse embarcar naquele navio,

daquele lugar,

onde o único sentinela da noite,

sou eu,

acabrunhado e despedido pela manhã…

e quem sabe, também eu esteja doente como as páginas de um livro.

 

 

(orgasmo literário)

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