domingo, 10 de março de 2024

Delírio

 

Delírio

meu amor

a milímetros da tua pele e não poder sentir-lhe a pulsação

contar os batimentos cardíacos

imaginar-te nua

à entrada do banho

escondida na espuma…

 

Delírio

meu amor

a centímetros dos teus lábios e não lhes poder tocar com os meus lábios

procurando na tua boca

a Primavera.

 

Delírio

meu amor

saber que a tua pele é um silêncio de neve

descendo o arvoredo

saber que o teu cabelo é um pedacinho da madrugada

à procura de palavras…

para me apedrejares

com essas palavras.

 

Delírio

meu amor

escutar a tua voz enquanto via o círculo de luz sobre a capela da nossa senhora da cunha

e juro

juro-te que vi…

vi essa luz;

a resposta que me faltava.

 

 

(Francisco)

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