Delírio
meu amor
a milímetros da tua pele
e não poder sentir-lhe a pulsação
contar os batimentos
cardíacos
imaginar-te nua
à entrada do banho
escondida na espuma…
Delírio
meu amor
a centímetros dos teus
lábios e não lhes poder tocar com os meus lábios
procurando na tua boca
a Primavera.
Delírio
meu amor
saber que a tua pele é um
silêncio de neve
descendo o arvoredo
saber que o teu cabelo é
um pedacinho da madrugada
à procura de palavras…
para me apedrejares
com essas palavras.
Delírio
meu amor
escutar a tua voz
enquanto via o círculo de luz sobre a capela da nossa senhora da cunha
e juro
juro-te que vi…
vi essa luz;
a resposta que me
faltava.
(Francisco)
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