domingo, 10 de março de 2024

Braguilha

 

A braguilha sonolenta como sempre ao acordar

ele suspenso

à janela

à espera

que o mar

venha

à janela

e o venha acariciar.

 

E o venha buscar

até que o silêncio os separe

depois das chuvas de Março

depois de perceber que nos teus lábios

há qualquer coisa de incêndio

que faz acordar o mar

e que depois da noite

nada de novo.

 

De novo nada

resta-lhe amar

e esperar

que à janela da braguilha como sempre ao acordar

sonolenta

apareça o mar…

 

 

(orgasmo literário)

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