Disfarço-me de andorinha
e sem dares conta,
quando estiveres distraída,
poiso nos teus olhos,
dizer que apenas tenho condições para me
disfarçar
de andorinha-pobre;
cada um, veste a roupa que tem.
Disfarço-me de andorinha
andorinha-pobre
e cavalgo os teus cabelos
apenas com o meu olhar,
sabes, ainda esta noite o
fiz;
em sonho, claro.
Disfarço-me de andorinha
de andorinha-pobre
e escrevo, muito, para
ti;
escrevo, mas tenho
vergonha do que te escrevo…
por isso estes escritos
morrerão no disco rígido deste portátil
até que uma das minhas
mãos, um dia os apague.
Disfarço-me, disfarço-me
de poeta
poeta-pobre porque a
minha roupa é fraca,
e escrevo,
escrevo para esta
andorinha-pobre,
muito pobre,
tão pobre que a própria
noite está em melhor cotação monetária do que ela;
coitado do poeta. É um
coitado este poeta.
Quanto à andorinha-pobre…
lá anda, feliz da vida,
como se apenas ela
tivesse acesso ao mar,
quando qualquer
bicho-careto tem acesso ao mar,
e nem de estudos precisa.
(orgasmo literário)
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