Vicia-te nas minhas palavras,
Morre de overdose com os meus desenhos,
Tão cansados como eu,
Tão tristes
Como eu,
Só.
Vicia-te na minha poesia,
Folheia cada página minha,
Cada momento,
Cada tormento
Eu sentia,
A riqueza da minha vida
E a tristeza do meu dia.
O abismo de viver,
Sentido o ser, adivinhando a morte do
artista…
Um gato faz miau,
Um cão mergulha na piscina nocturna do
silêncio…
E tu, e tu vicias-te no meu olhar,
Quando o meu cigarro é um cobertor,
Sobre a noite,
Despida, a lua em tua mão…
A lua no teu peito, escondida no teu
ventre,
A manhã é assim, é um pincelado sorriso,
No sono da alegria,
No sonho de alguém.
Vicia-te nas pétalas dos meus lábios,
despedida do meu navio,
Sou o comandante deste barco, desta
jangada amortalhada,
Mais triste do que cansada,
É um vicio,
Escrever,
Nos teus lábios.
É num vício fumar o teu olhar,
Enquanto espero o regresso do mar…
À minha mão,
Perfumadas bétulas que a chuva abraça,
Pão com marmelada, ao jantar,
Meia dose de poesia e um prato de prosa,
Tanto faz,
Nunca me preocupei com a obesidade,
E pareço mais um fino fio de nylon
Do que um pedaço de sucata, em aço.
Tanto faz,
Que te vicies nas minhas palavras,
Ou morras de overdose com os meus
desenhos, diga-se horríveis…
Mas isso é outra conversa.
Que amanhã é sexta-feira, que amanhã
está a chover,
E nada tenho para dizer,
Quando acordar a manhã.
Talvez te diga que te vicies nas minhas
palavras,
Ou te peça de joelhos…
Que morras de overdose com os meus
desenhos.
08/02/2024
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