sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Sono tetraédrico

 

Tetraédrico sono

Asa viagem entre pontos finais

O cansaço surpreende a insónia

Porque se despede dela

Quando ainda a manhã é um sopro de vento

 

Vida Kafkiana

Este meu processo sem razão

Este triste poema

Tetraédrico da metamorfose

Algemando minha mão

Sono Kafkiano

 

Vaiado

Humilhado pela paixão

Iluminado pela luz

Nuvem flagrante

Que derrete este túnel

Se amanhã me levantar deste sono e desta angustia

 

E desta canção

Escrever não sendo compreendido

Dentro deste cubo de silêncio

Que transporta a meninice da alvorada

Asa vigem

Boca calada

 

Efectivamente não será meu

O destino

Tão pouco serei mais menino

Destemido

Divertido

Como era…

 

Tão pouco voltarei a ser vento

A ser espantalho no meio do trigo

Tão pouco quero ser o poeta

Das noites sem comandante

Deste navio

Tão pouco muito este sono tetraédrico

 

 

23/02/2024

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