No jardim das sombras, o cabelo fino e
loiro e longo da lua, abre a cancela que dá para a eira, não quero flores no
meu velório,
Os pássaros são rosas, são pedacinhos de
papel que voam sobre a cidade,
Caiem as estrelas da tua mão,
Como se a tua mão, fosse uma roseira.
A palavra é uma flor de tantas outras
flores que brincam no jardim das sombras,
Há sorrisos, há distantes olhares e
caracóis,
Cerveja, vinho, noites onde habitam os
monstros da madrugada, e se o rio é teu,
Porque foge ele de mim?
Nunca tive um rio.
No jardim das sombras, as sombras que a
lua nos dá. Há agricultores com a corda ao pescoço, há banqueiros obesos, há
crianças com fome, e crianças que morrem e filhos da puta que espancam a
mulher.
No jardim das sombras, há árvores que
escrevem poesia, há pássaros que declamam os meus poemas, e meninas solteiras,
Que lêem os meus poemas.
Estaria tão feliz se não fosse o jardim
das sombras o local onde vou ser sepultado,
Digamos que este jardim depois da minha
morte, será um jardim envenenado,
Será um jardim inanimado, e triste.
Porque é o jardim das sombras.
21/02/2024
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