Morres-me em cada equação
que resolvo,
Morres-me em cada poema
que escrevo,
Em cada manhã que acorda.
Morres-me em cada mar que
sofre
E implora
Que não me morras.
Morres-me quando se ergue
o sol
E ilumina os campos de
milho de Carvalhais,
Oiço ao longe o sino da
igreja,
Oiço ao perto,
O moinho eléctrico do tio
Serafim,
E ficava horas à janela a
olhar os melros.
Morres-me quando a noite
é insónia,
E penso que será melhor
assim,
Morreres-me antes que
seja dia.
Morres-me quando uma fina
lâmina de sémen
Pois nos lençóis do
silêncio…
E uma abelha deixa nos
teus lábios o veneno mel.
14/01/2024
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