À
Cristina,
Encosta os teus lábios
nos meus lábios, olha-me, e finge que sou um papagaio em papel.
Encosta a tua boca,
Na minha boca,
Maresia que só a manhã
consegue distinguir… no meio de tantos barcos,
Encosta a tua mão na
minha mão, e acredita que o sol nos vai levar para a lua.
Encosta o teu corpo no
meu corpo, abraça-me,
Dança comigo no centro da
seara,
E vamos pedir ao centeio
O pão desejo em luar.
Encosta o teu olhar no
meu olhar,
Aprisiona-me à ribeira
que desce a montanha,
Sentamo-nos nesta pedra
cinzenta
(e tu que gostas tanto de
pedras, meu amor)
E vamos ser a insónia
quando um poço de desejo adormece os nossos corpos,
Quentes, escaldam como
dois pedaços de lava
Que se desprendem do
vulcão.
Encosta os teus lábios
nos meus lábios, sê a chuva que cai sobre a ponte,
Encosta o silêncio do teu
cabelo ao caos do meu cabelo…
E beija-me,
E ama-me,
Enquanto o céu for um
manto de sono nas palavras do poeta.
23/01/2024
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