quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Fraga manhã

 

Fraga manhã em sono despedida

Quando a ribeira

Poisa na eira

Quando um pássaro com a asa ferida

 

Cai sobre o lamacento chão

A fraga manhã olha-o e alegra-o e pede-lhe clamor

E perdão

E ele oferece à fraga manhã uma flor

 

O pássaro nunca mais se viu

A fraga manhã desapareceu

E partiu

Em direcção ao céu

 

Fraga manhã teu perfume

Teu nada teu silenciar da alvorada

Com sede e ciúme

Com fome da madrugada

 

Fraga manhã pedindo perdão

Fogueira que arde no meu peito

Que se esconde em minha mão

E fica envergonhada e sem jeito

 

Fraga manhã em sono despedida

Quando a ribeira

Anuncia a falsa partida

Quando a ribeira tem olhos de feiticeira

 

 

 

Noite de 09/01/2024

Tarde de 10/01/2024

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