Arde a fogueira, arde e
não sabe a razão de arder.
Às vezes, tenho ciúmes desta
fogueira,
Queria arder como ela,
Queria.
Arde a fogueira e olho-a
e pergunto-lhe e digo-lhe e peço-lhe…
Que posso eu pedir a uma
fogueira que arde,
Que aos poucos desaparece
neste silêncio de fingir,
Na mentira de arder.
Esta fogueira
Na maré princesa de amar.
Arde esta fogueira. Os meus
olhos ardem, com ela.
E não me canso de pedir a
esta fogueira
As maresias e as hortências
da madrugada,
Quando tudo arde,
Quando tudo é nada,
Quando o nada se
transforma em cinza,
Arde, arde meu amor de
fogueira
Nesta sombra de viver,
Ardendo e ser consumido
por um verme,
Castanho, pigmentado de
tinta florescente,
À espera de me ver morrer.
Arde menina arde
fogueirinha.
Arde esta fogueira e
invejo-a e prometo arder também
Assim que a noite desça à
tua mão.
Arde esta fogueira e
arderia eu também, se me deixassem…
E eu não me canso de lhe
pedir
Um pouco do seu lume,
Que eu sinto ciúme desta
fogueira…
Que eu sinto azedume
desta vida.
Ela arde
Eu vou arder
E quem sabe
Nos teus braços.
01/01/2024
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