Meu
querido,
Mais
um dia, mais um dia igual ao de ontem, que por sua vez vai ser igual ao de
hoje,
Um
amanhã previsível, constante, correndo em linha recta até, quem sabe, ao
infinito.
Acreditas
no infinito, meu querido?
Dizem
que é tão grande…!
E
que tem tanto poder como esta fogueira, que arde à minha frente, e que às vezes
a olho, e penso
Penso
no suicídio. No meu não, isso nunca.
Penso
naqueles que o fazem, porque o fazem, o que os leva a deixar tudo, tudo, a
troco de quê?
Penso
na pistola que dispara, e penso o que pensará a pistola, antes de disparar e
depois de toda a massa encefálica alimentar a parede da cozinha. Penso muito, nisso,
meu querido.
E
que coragem, estes gajos têm…
Mais
um dia, acabou o tabaco, não tenho casa, e apenas sou guardião de
aproximadamente 7 a 8 mil livros; tenho livros desde a engenharia até à poesia
Poesia,
poesia, poesia
Uma
casa sem poesia, é uma tristeza.
É
como uma mulher sem sorriso.
Daqui
a pouco é noite, e aí sim, é quando eu me pergunto qual é a minha finalidade,
aqui na terra.
O
que vim cá fazer?
Escrever
parvoíces?
Desenhar
porcarias?
Se
a única finalidade do homem é continuar a espécie e superar problemas a cada
dia que passa. Felizmente só fui atingido pela segunda,
E
depois,
Contar
o número de rotações em volta de um eixo imaginário.
09/01/2024
Sem comentários:
Enviar um comentário