Oiço nos estalidos do
fogo a tua voz
Melodicamente acordada,
Parecem margaridas,
Parecem a madrugada
Enquanto espera as nuvens
perdidas
Que do outro lado da
insónia rompem biblioteca adentro.
Oiço o silêncio da tua
voz
Nos estalidos do fogo,
Muito bem vestido
O rapaz que traz o pão
Deixa sobre a mesa um bilhetinho
para ti,
São os meus desejos
Desejar os teus desejos.
Oiço a tua voz
Em cada poema que escrevo
Em cada poema que escrevo
e jogo no lixo
Em cada poema que escrevo
E longo em seguida,
Mato-o.
Com a tua voz.
Oiço a tua voz
E pergunto-me se estarei
louco,
E pergunto-me porque
choravam as acácias da minha infância…
Mas isso, já é outra
estória, outra saudade…
Oiço a tua voz
E sei que o infinito
existe;
São os teus olhos de mar.
04/01/2024
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