Batem à porta
São os soldados em
revolta
São homens
São mulheres
De espingarda na mão
E fisga na algibeira
Batem à porta
E os soldados com a noite
suspensa no coração
Entram casa adentro
E me aprisionam
Batem à porta
E mais soldados virão
Outros tantos vão nascer
Batem à porta
Não sei quantos são
Se são
Homens
Mulheres
Ou crianças de
brincadeira
Ou árvores a crescer
Batem à porta
Entram os soldados
São muitos
São poucos
Mas um pensamento livre
Nunca será aprisionado
Batem à porta
E um soldado
Me diz
A sua liberdade provoca
diarreia em qualquer condenado
Batem à porta
E eu
E eu tão cansado
De a toda a hora
Ser também um soldado.
26/12/2023
Sem comentários:
Enviar um comentário