Odeio-me, mas preciso
deste corpo para escrever, odeio-me, mas preciso deste corpo para desenhar, odeio-me,
Mas preciso de mim, para
viver.
Odeio esta lareira, mas
preciso dela para me aquecer,
Odeio as minhas mãos,
Mas preciso delas,
Para acariciar o teu
cabelo.
Odeio a geada, mas
preciso dela para pensar, enquanto fumo cachimbo e caminho…, e penso, que
preciso do meu corpo, mesmo odiando-o,
Odeio-me, mas preciso
deste corpo para brincar junto ao mar, preciso deste corpo para te amar,
Mesmo me odiando,
Preciso deste corpo para
ser,
Para sonhar,
Para cantar a canção do
te odeio…
Odeio este corpo enquanto
como chocolate, e gosto tanto de chocolate, enquanto me aqueço, enquanto penso
que este corpo nunca me pertenceu, no entanto, tenho-o e odeio-o, odeio este
corpo e mesmo assim, tenho-o de transportar, e vou ter de o odiar.
Odeio os livros da minha
biblioteca e, no entanto, amo todos os livros da minha biblioteca,
Odeio este corpo, com
chocolate, sem chocolate, de manhã, ao acordar, à noitinha, quando dispo este
corpo de penduro-o no cabide até ao outro dia,
Odeio este corpo, quando
dorme, quando está acordado, quando está luar ou quando está a chover,
Odeio-me, mas preciso
deste corpo para escrever, odeio-me, mas preciso deste corpo para desenhar,
preciso deste corpo,
Preciso deste corpo para
te amar.
Mas preciso de mim, para
viver.
26/11/2023
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