terça-feira, 1 de agosto de 2023

Janela da liberdade ausentada

 Abraço-me ao sargaço da manhã

Na ânsia de encontrar no mar

Os peixes e os pássaros

E a melodia das árvores

Em silêncio

Que me olham

E se despedem de mim,

 

Abraço-me às pedras

Leves como penas

De cor inanimada

De cor desmaiada

Na sonolência do desejo

No desejo que a madrugada

 

Não regresse mais,

Abraço-me aos teus lábios

Onde brincam as palavras e os pequenos raios de sol

Abraço-me à tua mão

Enquanto um barco de sono

Poisa no teu olhar,

 

Do cansaço,

Que me abraço ao sargaço

Da manhã sem ninguém

Nesta casa desabitada

Desta casa amaldiçoada

E que não me pertence,

 

Abraço-me ao sargaço da manhã

Triste poema encalhado na sílaba dos teus lábios

Este pobre barco em delírio

Esquecido no rio

Abraço-me ao teu sorriso

Acreditando que a tua voz me procura

À janela da liberdade.

 

 

 

01/08/2023

Alijó

Francisco

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