Abraço-me ao sargaço da manhã
Na ânsia de encontrar no
mar
Os peixes e os pássaros
E a melodia das árvores
Em silêncio
Que me olham
E se despedem de mim,
Abraço-me às pedras
Leves como penas
De cor inanimada
De cor desmaiada
Na sonolência do desejo
No desejo que a madrugada
Não regresse mais,
Abraço-me aos teus lábios
Onde brincam as palavras
e os pequenos raios de sol
Abraço-me à tua mão
Enquanto um barco de sono
Poisa no teu olhar,
Do cansaço,
Que me abraço ao sargaço
Da manhã sem ninguém
Nesta casa desabitada
Desta casa amaldiçoada
E que não me pertence,
Abraço-me ao sargaço da
manhã
Triste poema encalhado na
sílaba dos teus lábios
Este pobre barco em delírio
Esquecido no rio
Abraço-me ao teu sorriso
Acreditando que a tua voz
me procura
À janela da liberdade.
01/08/2023
Alijó
Francisco
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