Invento o sono
Nos teus lábios de doce
mel
Quando a manhã se ergue.
Invento a solidão
Apenas porque preciso da
solidão
Apenas…
Apenas porque eu sou a
solidão.
Invento o Inverno
Invento a geada
Queixo-me da Primavera
Enquanto me perco em
invenções…
A Terra gira
E Deus… olha-me
Incrédulo
Olha-me como se eu fosse
um louco
Ou “o velho e o mar” de
Hemingway
E depois…
Depois percebo que sou o
louco
E sou realmente o velho
O velho sem o mar…
Invento este vadio sono
Na esperança de que a
ausência me leve
Ou o vento me leve
Ou o vento me traga
A insónia
Invento tudo isto
Na esperança de um dia me
sentar em frente ao mar…
E esperar que alguém me
venha resgatar.
Alijó, 18/04/2023
Francisco Luís Fontinha
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