Morres no interior das minhas mãos
Enquanto lanço para o mar
A enxada com que escrevo…
Morres tal como eu
Aos pucos
Morro…
No interior das tuas
mãos.
Morres nos olhos desta
montanha
Que subo
E que recuso descer…
Onde me sento e durmo
Como um sonâmbulo amaldiçoado.
Morres
Cadáver desgovernado
Príncipe do silêncio
Maldito sejas
Poeta
Poeta do enforcamento.
Abraço-te
Enquanto morres dentro
deste meu corpo
Deste pequeno corpo
ensanguentado
Doente
Envenenado pela solidão
nocturna do Adeus.
Morres no interior das
mãos
Como morrem as sombras
quando acorda a noite
Morres
Cansaço em despedida…
Espingarda da paixão
Que não se cansa de
disparar contra a multidão
Pedacinhos em papel
E barcos em cartão.
Francisco
19/04/2023
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