Despeço-me de ti, meu amor,
Enquanto o sono não me
consome,
Enquanto o sono não me
come…
Como comeu o meu pai,
Como comeu a minha mãe.
Despeço-me de ti
E das flores do nosso
jardim,
Despeço-me das tardes
junto ao mar,
Das noites debaixo do
luar,
Despeço-me de ti, meu
amor,
Enquanto o sono não me
consome…
Enquanto o sono não me
come.
Despeço-me dos livros,
Das telas e dos livros…
Que já devia ter queimado,
Tal como das minhas
palavras,
Que me despeço,
Entre abraços e pingos de
alegria,
Porque meu amor, a
despedida…
A despedida é alegria.
Despeço-me de todas as
coisas,
Que de belas,
Nada têm…
O que tem de belo uma
flor,
Um poema,
Ou uma simples tela?
De belo nada têm…
Apenas têm sofrimento,
Dor…
E noites de insónia.
Alijó, 27/03/2023
Francisco
Sem comentários:
Enviar um comentário