sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Vinil

 

Um vinil nas mãos de uma criança

Que gira

Que dança,

Um vinil revoltado

Triste

Muito triste

E cansado.

 

Um vinil que gira

Que dá voltas á Terra,

Um vinil sem sorte

Na pouca sorte de girar,

Um vinil que grita

As canções de embalar.

 

Um vinil que traz a morte

A infância

E a espingarda desassossegada,

 

Um vinil vestido de poema

Que foge

Que se esconde na tua cama

E nunca viu a madrugada,

 

Um vinil refractário

Desobediente,

Um vinil que habita no armário

E está sempre doente.

 

 

Alijó, 13/01/2023

Francisco Luís Fontinha

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