Alimento-me
de sombras ensonadas.
Sou
um sem-abrigo,
Esquecido
na sanzala,
Perdido
nas madrugadas.
Sou
um livro,
Cansado
das palavras,
Sou
poesia,
Nas
mãos da alegria,
Que
vem travestida de tristeza,
Entre
rochedos
E
beleza.
Sou
uma perda de sonhar,
Uma
lápide por pintar,
Sou
o mar.
Sou
a flor dos sorrisos abandonados,
Sou
sem-abrigo,
Dos
socalcos cansados.
E
além-mar,
A
triste nuvem de abraçar.
Canso-me
da noite,
Vivo
ferozmente a noite…
E
não tenho medo da morte,
Porque
sem sorte,
Não
conseguem me assassinar…
Porque
o meu corpo é ferrugem,
Viagem,
Cansaço
de embalar,
Não,
Não
vou morrer,
Antes
de te beijar.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
28/12/2019
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