terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O triângulo da morte



Todas as palavras voam sobre o mar,
Há-de haver uma gaivota em desejo
Nos vulcões suspensos do prazer,
O fingimento da madrugada
Quando a pobreza habita um corpo cansado de viver…
Há-de haver uma calçada
Nos meandros do beijo,
Uma palavra para escrever
Em cada olhar viciado na cobardia,
Em cada olhar disfarçado de lágrimas solares,
Em cada ensejo
Todas as palavras voam…
Todos os mares correm
E morrem,
Nos corredores em silêncio azulejo,
A cada dia,
Todas as palavras,
Morrem,
Morrem depois do amanhecer,
E na escuridão do ser,
E na mão do ter…
Resta esta árvore de sofrer.


Francisco Luís Fontinha
06/12/16

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