sábado, 22 de fevereiro de 2014


A noite flui como um carrinho de linhas, o amor submerge das rochas desenfreadas dos xistos corações, o submundo da paixão emerge dos carris aos aço laminado, os lábios incinerados em beijos de açúcar avançam em direcção ao rio, revoltam-se, cansam-se de amar... e a montanha da paixão cresce na mão amanhecer poeirento dos versos em fome, eu perco-me nas tuas palavras, invento rostos, invento saudades... que a manhã destrói como se fossem pequenos losangos imaginários, recordo Carvalhais, S. Pedro do Sul abraça-me..
Tenho medo de amar,
A noite flui como uma triângulo isósceles apaixonado pelas estrelas encarnadas, imagino-me sentado na eira... e oiço, e não me canso de ouvir...
A melódica voz e poética dos Fingertips... e há qualquer coisa estranha em mim que me diz que pertenço a essa terra e que sou filho dessa eira,
De entre as ripas do espigueiro a canção do sino da igreja... e o amor... o amor não sabe que existo junto ao campo de milho ainda franzino, ainda menino... ainda... ainda apaixonado pelo nada.


Francisco Luís Fontinha - Alijó

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