Húmus meu cansaço
alegremente apaixonado
das árvores com braços de chocolate
a mão madrugada em flor
o cheiro
entre lábios e beijos da cidade do
sofrimento,
absorvia-se a noite nos cigarros
inventados
por um louco à janela do poema
vem do mar a claridade húmida das
palavras
deitadas sobre os lençóis de linho
coitadas
as palavras
sem madrugada
sem carinho,
escrevia e deixou de escrever
nas paredes da inocência
brincava alegremente com os ossos de
papel
a que chamavam esqueleto de livros
duzentas e seis páginas indesejadas
pela boca doente
dos homens que lutavam contra a
ditadura do aço inoxidável,
a garganta da morte mergulhava nas
pequeníssimas gotículas de sémen
que das estrelas do sonho
acordava a aldeia encalhada no cais da
solidão
e a janela do poema
partilha as flores que a terra
alimentou
com cinco palavras ilegíveis.
(poema não revisto)
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