As cabras
Os queijos
O coalho líquido
E o bode…
Todos à porta da cidade
A miúda parva de espiga de milho na mão
Desce a calçada
E poisa no mar
Acorda o vento na saia da miúda parva
(E as cabras
Os queijos
O coalho líquido
E o bode…
Todos à porta da cidade)
Desce a calçada
Solitariamente como se fosse uma orquídea
Ou um sorriso de noite
Solitariamente como se fosse um orgasmo literário
Que cresce dentro de um livro de poemas
As mãos cansadas
Os lábios enfeitados com mel
E da boca oiço a noite que acaba de acordar
E voa
E voa em direção ao mar
(A miúda parva olha-me e dos lábios enfeitados com mel
Oiço as palavras de incenso – Se te fosses foder Francisco!)
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