Os amigos não se amam
Desejam-se infinitamente na escuridão da noite
Debaixo de uma árvore um banco de jardim
Mergulha na solidão da tarde
Os amigos escrevem poemas num rio inventado
Que corre entre as montanhas e desaparece no mar
Os amigos não se amam
Desejam-se infinitamente na escuridão da noite
Quando o poema cresce num largo de paralelepípedos
E debaixo de uma árvore um banco de jardim
Encostado ao púbis das sílabas e fios de silêncio…
O poema em orgasmos transpira as rimas imaginárias
E os amigos
Deslaçam as mãos e despendem-se na promessa de um novo reencontro
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