sábado, 17 de dezembro de 2011

As arcadas da cidade

Despejo os dias no contentor de aço
Junto à porta de entrada do meu cansaço
Cozinho os dias na panela sobre o silêncio do mar
E o meu corpo que mergulha na algibeira da tarde
Entranha-se no vapor da solidão
Despejo os dias no contentor de aço
E mesmo lá no fundo sinto os olhos do abraço
Nas lágrimas do jantar agrafado às arcadas da cidade…
E numa rua sem saída
Os lábios dos dias despejados
E numa rua sem saída
Os dias cozinhados.

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