Constrói-se o poema erótico
Dentro da fogueira do púbis
E nas palavras que não consigo escrever
(porque sou mais estúpido que uma porta e insensível)
Essas
As palavras que saltitam nos lábios em desejo
Nascem dois malmequeres com cabeça de abobora
Juntando à minha cabeça de abobora
Perfaz três cabeças de abobora
E um poema erótico
E um púbis que se evapora
Nas árvores estacionadas junto ao mar
Pergunto-me – E Agora?
(e porque sou mais estúpido que uma porta e insensível)
Cerros os olhos
E em pedacinhos a minha cabeça de abobora
Voa nos lábios acinzentados de gaivotas enjoadas
O resto do meu corpo em migalhas de pão
(e porque sou mais estúpido que uma porta e insensível)
Um candeeiro junto ao Tejo olha-me
Como se eu fosse um mendigo à procura de abrigo…
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