Francisco Luís Fontinha
poesia & pintura
domingo, abril 06, 2025
Desenho sem sentido
Desenho um abraço
Em silêncio abraço
Nos olhos da Lua
Dos olhos do mar,
Escrevo um sorriso
Nos lábios do Sol,
Em silêncio sorriso…
O abraço desenhado,
Nos olhos da Lua…
Desenho o tempo
Em perfeito juízo
O abraço desejado
Do abraço prometido
Sentido…
Na fimbria madrugada,
Desenho o poema
Do sofrido poema
Nos olhos do mar
Em silenciado sorriso…
Deste poema amargurado
Triste…
Neste poema sem sentido
Quando da noite…
O silenciado abraço,
Morre…
Nas mãos do Luar.
Teus lábios
Teus lábios,
Púrpura manhã ao nascer,
Espuma em mar revoltado,
Teus lábios,
Meu feitiço prazer,
Do prazer deste poema envenenado.
Teus lábios,
Querida menina em triste luar,
Enquanto sou veleiro sem vento,
Teus lábios,
Das palavras madrugar,
Madrugar no meu pensamento.
sábado, abril 05, 2025
De luz quando chegar a noite
De luz quando chegar a noite, o teu corpo é um círculo de silêncio quase,
Mel,
Quase, primavera.
Depois, de luz quando chegar a noite, o livro despede-se da chuva, é só um abraço na boca do sol,
E a palavra manhã quase janela, não tem nome, é o poema que voa sobre o teu cabelo, mas
A minha sombra está na tua mão, mas
O rio é um disfarçado malmequer pincelado de encarnado desejo, e que o teu corpo seja a primeira lágrima da minha biblioteca...
De luz.
Sombra da tua mão
Se eu pudesse
Pegar na tua mão
Não
Não te levava a ver o mar
(porque o mar é banal)
O pôr-do-sol
Também não
(todos os dias há pôr-do-sol)
Ver a Lua
Não
(todas as noites a lua olha-nos)
Então se eu pudesse pegar na tua mão
Não
Não te levava a lado algum
Se eu pudesse pegar na tua mão
Apenas pegava
E em silêncio
E em silêncio abraçava a tua sombra
Na sombra tua mão.
sexta-feira, abril 04, 2025
amar-te
Podia terminar o mundo, podia chover e nunca haver dia ou nunca haver noite,
Ou ser o luar apenas uma cortina opaca, podia ser até o luar uma janela sem saída,
Que eu continuaria a amar-te a cada silêncio segundo do meu relógio...
Podia terminar o mundo, que eu não me importava.