domingo, abril 06, 2025

Leituras


 

Desenho sem sentido

Desenho um abraço

Em silêncio abraço

Nos olhos da Lua

Dos olhos do mar,

Escrevo um sorriso

Nos lábios do Sol,

Em silêncio sorriso…

O abraço desenhado,

Nos olhos da Lua…


Desenho o tempo

Em perfeito juízo

O abraço desejado

Do abraço prometido

Sentido…

Na fimbria madrugada,


Desenho o poema

Do sofrido poema

Nos olhos do mar

Em silenciado sorriso…

Deste poema amargurado

Triste…

Neste poema sem sentido

Quando da noite…

O silenciado abraço,

Morre…

Nas mãos do Luar.


Teus lábios

Teus lábios,

Púrpura manhã ao nascer,

Espuma em mar revoltado,

Teus lábios,

Meu feitiço prazer,

Do prazer deste poema envenenado.


Teus lábios,

Querida menina em triste luar,

Enquanto sou veleiro sem vento,

Teus lábios,

Das palavras madrugar,

Madrugar no meu pensamento.


sábado, abril 05, 2025

De luz quando chegar a noite

De luz quando chegar a noite, o teu corpo é um círculo de silêncio quase,

Mel,

Quase, primavera.

Depois, de luz quando chegar a noite, o livro despede-se da chuva, é só um abraço na boca do sol,

E a palavra manhã quase janela, não tem nome, é o poema que voa sobre o teu cabelo, mas

A minha sombra está na tua mão, mas

O rio é um disfarçado malmequer pincelado de encarnado desejo, e que o teu corpo seja a primeira lágrima da minha biblioteca...

De luz.


Exposição de Alexandrino Ferraz

 


Sombra da tua mão

Se eu pudesse

Pegar na tua mão

Não

Não te levava a ver o mar

(porque o mar é banal)

O pôr-do-sol

Também não

(todos os dias há pôr-do-sol)

Ver a Lua

Não

(todas as noites a lua olha-nos)

Então se eu pudesse pegar na tua mão


Não

Não te levava a lado algum


Se eu pudesse pegar na tua mão

Apenas pegava

E em silêncio


E em silêncio abraçava a tua sombra

Na sombra tua mão.


sexta-feira, abril 04, 2025

amar-te

Podia terminar o mundo, podia chover e nunca haver dia ou nunca haver noite,

Ou ser o luar apenas uma cortina opaca, podia ser até o luar uma janela sem saída,

Que eu continuaria a amar-te a cada silêncio segundo do meu relógio...

Podia terminar o mundo, que eu não me importava.