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sábado, 12 de maio de 2012

Vi o vento partir

vi o vento partir
da esplanada na tarde de Agosto
fingi sorrir
sorrir sem gosto,

vi barcos atracados nos muros da insónia
cabeças sem estrelas
línguas afiadas às paredes do inferno,

vi crianças sem pão
sem pátria sem memória
vi o vento partir,
ouvi o silêncio de uma nação
com história
a resistir,

a mentir,

(Vi o vento partir
da esplanada na tarde de Agosto
fingi sorrir
sorrir sem gosto),

a fugir
o povo mastigado
cansado
o povo a fingir
sossegado
a mentir
vi soldados
de punho cerrado
antes de acordar a alvorada
gargantas cortadas em pedaços
sem braços
a madrugada.