Oiço destas pedras frias
e sonolentas
Todas as palavras de
amor.
Escrevo todas as palavras
cinzentas
Que habitam no jardim
verso flor.
Pincelo os teus lábios de
amêndoa adormecida
Quando acorda o amanhecer,
- Eis o perfume de mim, poesia
perdida
Na esplanada do
adormecer.
Os versos que dormem na
tua mão,
Corpo cansado das
palavras envenenadas,
Quando acordam, os livros
e, sobre o chão
Uma fina película de
nada.
Que vergonha, as pedras
cansadas,
Quando choram na calçada.
Francisco Luís Fontinha,
Alijó-27/01/2021