sábado, 14 de abril de 2018

A morte


Fujam.

Escondam-se na minha mão,

Traguem todos os livros,

Semeiem todas as palavras no meu corpo, rasguem-no, devastem todos os rochedos do medo,

E da solidão.

 

Oiçam-me,

Não finjam que a luz da minha aldeia é fictícia, longínqua… como as pedras do teu olhar,

Na madrugada.

 

Façam de mim uma bola.

O rio quando me chama,

Francisco.

E lá vou eu,

Desço a ravina,

Entrego-me a ele…

 

E morro de tédio.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 14 de Abril de 2018

domingo, 8 de abril de 2018

Na morte


A morte.

Suspensa nas arcadas da solidão,

Composta por partículas invisíveis, cansada das madrugadas sangrentas,

Sem sorte,

O corpo que baloiça na forca da noite embriagada,

Sobre o coração,

Uma espada,

Jangadas de sabão que inocentemente alimentas.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 8 de Abril de 2018