sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Socalcos adormecidos



Travestidos medos
que fugazmente atormentam meus segredos,
cansaços abraços nos socalcos adormecidos,
erguem-se na madrugada
os falsos beijos prometidos,
como a janela do amor escancarada…
sinto o peso da espada solar
enquanto escrevo estas palavras no infinito mar,
o corpo esquece
os sonâmbulos acorrentados,
e há na escuridão
uma mão que aquece
o coração…
dos telhados apaixonados.


Francisco Luís Fontinha
02/12/16

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

sentimento de amar


minha vida vagabunda

quando mergulhada em madrugadas doentes

umas vezes desapareço no cacimbo corpuscular…

outras sem vontade de navegar

entranho-me na noite imunda

com candeeiros de platina

nesta alma cansada

oiço nas tuas palavras o mar

e o silêncio nos dentes…

que encantam a minha triste sina,

não me peçam para escrever

as palavras do vento,

são ásperas, sonoras e inventadas pela sombra do luar…

sinto no corpo o vergar

das estrelas sobre o meu peito de sofrer

quando o sentimento de amar

quer ver-me morrer…

 

 

Francisco Luís Fontinha

30-11-2016