Três vezes ao dia
depois de almoçar
ao deitar
e quando acordar
e quando acordar cerrar bem os olhinhos
e tomar
(e nunca esquecer)
três vezes ao dia
acordar
almoçar
deitar
e nunca esquecer
não tomar
se estiver a ler
ou andar a escrever
três vezes ao dia.
sábado, 16 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
A rapariga que pesca corações
Tenho uma árvore enfeitada com corações
e conheci uma rapariga
que no final da tarde antes de adormecer o dia
sentada na margem direita do rio do amor
pesca corações
eu ia a passar
(ao longe um barco acena-me)
eu ia a passar e senti no peito
uma leve picada de sorriso
era ela
(ao longe um barco acena-me e envia-me beijos)
era ela a pescar o meu coração
tenho uma árvore enfeitada com corações
com os corações pescados pela rapariga
que conheci sentada na margem direita do rio do amor
no final da tarde antes de adormecer o dia.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
há em ti uma janela com vista para o mar
Há uma ténue tristeza
um fio de silêncio
no teu olhar
(há em ti uma janela com vista para o mar
que eu não consigo alcançar)
há um sorriso de misericórdia
para com as minhas mãos
quando
no teu olhar
os cigarros invisíveis
quando no teu olhar
o espelho da noite
é a ténue tristeza
(sofrendo eu)
há um sorriso
um fio
o teu olhar
e a minha melancolia
sofrendo eu
a ténue tristeza
sem alegria.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Todas as luzes das cidades sobre o mar
Todas as luzes
das cidades sobre o mar
todas as luas
das noites sem luar
(todos os amores)
sem cores
sobre o mar
todas as luzes
no silêncio sonhar
luzes sem cores
em todos os amores
nas cidades
sobre o mar
todas as luzes
das cidades sobre o mar
todas as luzes
no teu olhar.
das cidades sobre o mar
todas as luas
das noites sem luar
(todos os amores)
sem cores
sobre o mar
todas as luzes
no silêncio sonhar
luzes sem cores
em todos os amores
nas cidades
sobre o mar
todas as luzes
das cidades sobre o mar
todas as luzes
no teu olhar.
terça-feira, 12 de junho de 2012
as facas de papel
caíram sobre o meu corpo de papel
as facas da mentira
morreram todos os cigarros
os sonhos
a esperança
caíram
os cigarros da mentira
sobre as facas de papel
os dias de inferno
a noites de insónia
morreram
e todas as flores do meu jardim.
as facas da mentira
morreram todos os cigarros
os sonhos
a esperança
caíram
os cigarros da mentira
sobre as facas de papel
os dias de inferno
a noites de insónia
morreram
e todas as flores do meu jardim.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
submersa no pólen inventado da tarde
A eterna abelha do desejo
submersa no pólen inventado da tarde
das mãos de uma criança
uma flor de saudade
um poema amado
poema desajeitado
horrores da madrugada
a eterna abelha FROUXA
drogada
sobre a mesa do pequeno-almoço
e o desejo?
Se do clitóris enciclopédico da primavera
um simples olhar de mar
faz voar a gaivota do amor
e o desejo?
FROUXA
FROUXA sobre o rio do prazer.
submersa no pólen inventado da tarde
das mãos de uma criança
uma flor de saudade
um poema amado
poema desajeitado
horrores da madrugada
a eterna abelha FROUXA
drogada
sobre a mesa do pequeno-almoço
e o desejo?
Se do clitóris enciclopédico da primavera
um simples olhar de mar
faz voar a gaivota do amor
e o desejo?
FROUXA
FROUXA sobre o rio do prazer.
domingo, 10 de junho de 2012
a contar os barcos mergulhados em sexos murchos
Oiço do espelho que me come
o cansaço das tardes de primavera
(um velho com um chapéu de palha
sentado sobre a pedra do esquecimento)
os melros anunciam-me que ao longe
um espelho invisível
esperam-me
quatro cadeiras
um velho com um chapéu de palha
a contar os barcos mergulhados em sexos murchos
e palavras
palavras com lágrimas
barcos com sexos murchos
nos umbrais da agonia
esqueletos de rissóis
eu
tu
barcos
a primavera
os melros
a esplanada
quatro cadeiras
três livros
um sumo de laranja
os barcos mergulhados em sexos murchos
e palavras
ai as palavras
antes de tocarem no dia
morre a cidade
morre o rio
quatro cadeiras
um rio
um velho
o chapéu de palha sentado na perda do esquecimento
barcos
os barcos
nos sexos murchos da cidade.
o cansaço das tardes de primavera
(um velho com um chapéu de palha
sentado sobre a pedra do esquecimento)
os melros anunciam-me que ao longe
um espelho invisível
esperam-me
quatro cadeiras
um velho com um chapéu de palha
a contar os barcos mergulhados em sexos murchos
e palavras
palavras com lágrimas
barcos com sexos murchos
nos umbrais da agonia
esqueletos de rissóis
eu
tu
barcos
a primavera
os melros
a esplanada
quatro cadeiras
três livros
um sumo de laranja
os barcos mergulhados em sexos murchos
e palavras
ai as palavras
antes de tocarem no dia
morre a cidade
morre o rio
quatro cadeiras
um rio
um velho
o chapéu de palha sentado na perda do esquecimento
barcos
os barcos
nos sexos murchos da cidade.
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