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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A matriz do Adeus


(para os meus pais)


O “foda-se” triplicado na equação do Adeus
a morte
o corpo evapora-se e viaja em direcção a um punhado de fotografias a preto e branco
a roldana da insónia range
gritaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa..................................
não posso mais
estou mergulhado no teu sorriso como um pêndulo sem alicerce
embriago-me nas tuas pérolas falsificadas
olho-me no espelho... pareço um falhado construído de cartão
sem coração
em revolução...
apetece-me matar todas as flores do teu jardim
aprisionar os pássaros dos teus sonhos...
não posso mais com rostos transformados em nada
corpos cadentes
e lágrimas
o “foda-se” triplicado na equação do Adeus
a morte
o corpo vacila no sentido descendente da impaciência
penso
escrevo...
nada... apenas “merda”
e
e complicadas matrizes melódicas
a fome que não é fome...
e quando apareço nos seus cabelos...
ela me inventa equações sem resolução
os anais
sem personagens vestidas de marinheiro desempregado
o estranho
a pintura de engano das tuas veis desalojadas do Sol
e desengano-me a cada pedra de xadrez...



(não sou eu...)



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014