(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
O teu corpo
impregnado de silêncios
camuflados pela
gelatinosa alegria das palavras
o teu corpo
amortecido nos lençóis da desgraça
e do infortúnio
nocturno das clarabóias em delírio
existe uma imagem
invisível
passeando sobre o
teu peito desnudo
fixo
o crucifixo da
solidão
entre quatro paredes
verdes
e uma janela em
chamas
que só o mar
consegue adormecer
em dias de Verão,
Há melancolia
e pedaços de
saudade
ruas travestidas de
prostitutas sem nome
amorosas
afáveis
de flor na lapela...
o perfume intenso a
sexo que só uma carta sem remetente sabe desenhar
nas sombras do rio
o teu corpo majorado
pelos ventos da insónia
e do espelho da
morte
o majestoso orgasmo
absorvido pela
tempestade dos triangulares sorrisos...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 13 de
Fevereiro de 2015