Mostrar mensagens com a etiqueta roseiras. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta roseiras. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Dois cêntimos de euro

 Que faço eu com estas flores

Aprisionadas na minha mão

Onde guardo as minhas palavras

Onde poiso o meu coração

E às vezes

 

Tenho medo

Medo de trocar as flores por pão

Ou o pão por palavras

Vendo palavras invisíveis comestíveis e belas

Cada uma

 

Dois cêntimos de euro

E depois de vender as palavras

Como o pão

Uma sandes de flores

Um café

 

E um cigarro

E sento-me em frente à baía

Oiço as lágrimas do mar

Grito

E escondo-me sob as palmeiras

 

E durmo docemente nos teus braços

Entre picos

E roseiras

Entre livros

Muitos livros que ardem nas lareiras

 

 

 

 

Alijó, 14/11/2022

Francisco Luís Fontinha

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Cansaço de uma Primavera apaixonada


A voz silenciosa da montanha

Montanha envergonhada

No luar.

A voz alicerçada dos mártires que o vento leva

Leva o assobio melódico da Primavera apaixonada

Nos rochedos de chorar.

Cansada.

A voz esconde-se na planície do amanhecer

Amanhecer largando a esperança

Na cidade embriagada.

A voz do meu corpo camuflado pelas roseiras

Roseiras de rosas amarelas à nascença

A voz… a voz triste da alvorada.

Cansada.

A voz silenciosa da montanha

Montanha meu leito

Que regressa à noite a chorar.

A voz maltratada pela floração do meu jardim

Jardim onde habito sem jeito

E espero pelo mar.

Cansada.

 

Francisco Luís Fontinha

quinta-feira, 21 de Abril de 2016

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Não me conheço

Não me conheço
Debaixo destas árvores cansadas
Olho as pedras miseráveis da calçada
Sem destino a rua das amoreiras
Porque são as gaivotas roseiras
E as flores malvadas
E nas pálpebras um crucifixo adormecido
Não me conheço
E não pareço
Um cadáver apodrecido…
Não me conheço
Debaixo destas árvores cansadas
Coitadas
Parecem gaiatas brincando na seara adormecida
Perdida
Nas madrugadas