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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Retrato submerso no castanho cansaço


As outras coisas que a noite constrói
ou
à noite o vento come as nuvens do sonho
o coração de açúcar dói
desgraçados todos os pássaros sem nome
residentes na penumbra madrugada
hoje
hoje lembrei-me das tuas palavras do poema destruído
pelas manhãs de inverno
o rio
ou
hoje lembrei-me dos teus lábios de algodão

as outras coisas sem significado
desenhando silêncios na garganta do pôr-do-sol
um barco chora
magoa-se nas montanhas do amor
e da solidão dos cabelos castanhos da Primavera
ou
hoje
adormeço abraçado ao teu retrato.

(poema não revisto)