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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Tristes Domingos sem literatura

foto de: A&M ART and Photos

Tu persegues a escuridão vadia dos tristes Domingos sem literatura
há uma janela onde habita o quebra-corações
escrevem-se-lhe palavras no corpo difuso como música suave
vagueando sobre os móveis trôpegos sem asas
e ouvem-se as gaivotas
o piano
os barcos loucos quando entram casa adentro
e o sexo acontece antes de ancorarem ao cais do medo,

A menina sorri
e ao de leve
pega na chávena levando-a aos lábios de diamante onde poisam favos de mel
pétalas de rosa e alguns versos desajeitados
que nasceram da mão do quebra-corações
que nasceram numa tarde de Domingo
sujo e vagabundo
como as flores do teu jardim,

Sento-me sobre ti e esqueço-me da vida
do amanhã
oiço os sons teus em teus dedos que de um piano de infância brota
como fluidos dentro do vácuo
perdidos
apaixonados
como lâmpadas de silêncio procurando os teus beijos
que vivem nas tuas mãos com dedos longos e imaginários,

Tu
tu persegues a minha escuridão
retiras as sombras
e semeias sobre o meu corpo
fios de nylon embebidos em azevinho
tu
tu libertas-me da noite e fazes-me regressar à vida dos vivos
tu o teu piano e os teus dedos perdidamente esquecidos nos meus cabelos fazem de mim o quebra-corações sisudo e envelhecido...

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó